quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Pelo Ladrão, por isso, surrealismo

Acontecer até o fim. Nunca sei se estamos falando de amor ou de uma reação química; consumir a relação por inteiro, dissolver as marcas um do outro, um no outro, levando em conta a estapafúrdia idéia de que amor ocorre em casais, como é estapafúrdia a idéia de uma reação química acontecer aos pares, feito Hélio e Carbono. Acontecer até o fim demanda coisas demais, laços demasiados, cortejos e enlaces, ensaios e mais ensaios antes de sabermos qual foi a que valeu, qual lance de dados fez as vezes de realidade, lembrando a golpes de martelo que sempre sobra algo, que o real escorre as formas deixando as pontas soltas correndo dependuradas do lado de fora da porta do carro. Realidade? Não conheço imagem melhor do que o nariz escorrer até o fim, frase que não faz sentido algum e justamente por isso, c.q.d..

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Filosofia numa cacetada só (ou duas, vai), vol. 08





William James




"O que eu queria, mesmo, era um universo para chamar de TU."






(retirado do Dicionário de Citações com Usos de Pronomes Cosmológicos de Cambridge)

Com o canto dos lábios perto do nariz

Já me disseram. Minha sombra está pequena. Não se move mais, não cresce, não estica sob a força do crepúsculo, não se espreguiça em momento algum da alvorada. Segue meus passos inteiriça e condensada nos movimentos pequenos e sintópicos, produzindo a forma bizarra de uma simetria especular desagradável. Minúscula assim, em um eterno sol a pino, o movimento dança o longo meio-dia. Uma japonesa pudica rindo contraída, dentre as faixas de um kimono cerimonial, de uma piada boa.