Só porque me sinto um velho: não é porque ficou mais fácil publicar que ficou mais fácil escrever. Ou ler. Este é apenas uma espécie de bilhete de geladeira, um aviso pra quem passa, ética para quem fica.
A tarefa de marcar passagem apontando os dedos dos pés desta forma bem merece considerações mais vigorosas e potentes que a timidez da liberdade que despontam nos recursoso mais entusiasmados da esfera pública.
Liberdade porque liberdade para então liberdade. É como um princípio pró-meio, coisa aliás o próprio risco da coisa. Retomar o exercício da liberdade e suas conseqüências exige algo de irônico, de meditativo, imagino. Diria até que acredito, na medida de um futuro incerto. É ainda inseguro, bem à moda do irônico, que recorro a Kierkegaard para fazer deste pequeno texto mais uma pontuação que uma mensagem:
"A ironia é, com efeito, uma saúde, na medida que ela liberta a alma dos enganos do relativo; é uma doença, na medida que ela não pode suportar o absoluto senão sob a forma do nada, mas esta doença é uma febre que depende do clima, e que só raros indivíduos contraem, e mais raros ainda são os que a superam." -na tradução de Álvaro Luiz Montenegro Valls.
Quem foi que disse que seria fácil? Pas moi. Nem gripado fiquei ainda. Mas chove na molera e meu nariz começa a coçar.
2 comentários:
Só pra lembrar. Se este texto é uma pontuação, nosso gramatical Jean-Jacques Rousseau já sugeriu uma convenção possível para um ponto de ironia, assim como há para a exclamação e interrogação. Mas é certo que um ponto deste tamanho é um escândalo tipográfico.
Escândalo é esse endereço cacofônico!
Postar um comentário