domingo, 25 de abril de 2010

Professor Miagi ensina

que à distância os amigos ficam de fato distantes.

E que o luto é um verbo que se conjuga no presente, com luta, no imperativo.

E que quando solidários, num espirro viramos gotículas em looping.




E que ensinam que o melhor de tudo é que não vai melhorar;

e que se diga isso assim, nesta hora em que a hora for exata, na forma de pilhéria, é por fim diagnóstico e auto-medicação.

E me lembro com alívio de que só ouvi da incrível melhora do mal sem-fim, que mal tem fim e já se imprime com as cores roxas das varizes e hematomas. Ouvi e nada disse.

Dissera eu e então seria outro num trajeto difícil. Mas não.



Enfim, estou pensando nesse tipo de merda que a idade ensina, idade insana.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Holywood my Ass

"The first of 3 photos by Olivier Vandeginste, taken 10 km east of Hvolsvollur at a distance 25 km from the Eyjafjallajokull craters on April 18th, 2010. Lightning and motion-blurred ash appear in this 15-second exposure. (© Olivier Vandeginste) #"

É só isso tudo.


segunda-feira, 19 de abril de 2010

Pra quem escreve, pra quem se dispõe...

Tretas das liberdades civis:

http://naogostodeplagio.blogspot.com/2010/04/aha.html

Escreveria algo. Mas Denise o faz melhor. Prestaria atenção se fosse eu. Mas como não é - digo, você não é eu, ao menos enquanto digito "isto" - aviso: tô sempre de malas prontas pr´Angola. Peço que alguém mande meus livros pra lá, onde pretendo envelhecer meu silêncio quando vivermos numa burocracia totalitária. Aqui, não lá.

domingo, 11 de abril de 2010

Filosofia numa cacetada só (ou duas, vai). Vol. 06.







Norbert Elias






"Norbert Elias é um cara feio e velho, já morto, que nascido em Breslau figura como concorrente forte ao troféu Eric Hobsbawn Carranca, recentemente ganho por Jürgen Habermas - o cearense mais famoso da história da filosofia*. Foi companheiro de campo de Eric Wolf e é conhecido por obra importante sobre o processo civilizador em que alia as táticas de segurar cocô e xixi com o desenvolvimento do Estado, coisa esta que nunca deixou de ser uma merda." (verbete do Dicionário da Organização Anarquista Brasiliense)












(verbete apresentado sob pressão da opinião pública)



Nada adepto do jornalismo

Mas, convenhamos: falar de rosas. Não agora, mas na tática de Marronzinho.

Mas enquanto se aguarda, deixo o marco como ponto polêmico:

http://culturadigital.br/marcocivil/debate/

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Denise Bottman, minha Mulher-Maravilha:

Como sou abusado, reproduzo ipsis litteris o pedido de minha super-heroína predileta que move um caminhão de milho diário e me fez ler facinho aquilo que levaria os 10 anos que levei para ler no original:

Abro aspas e cito:
"
denise disse...

caríssimo, abusando do espaço, pois não encontrei seu e-mail:se não for pedir demais, seria maravilhoso se vc pudesse informar em seu blog que a data final para subscrever o manifesto de jorio, heloísa, ivone e ivo em defesa da luta contra o plágio de traduções se encerra no dia 10 de abril.

http://www.petitiononline.com/Bottmann/petition.html
obrigadíssima,
abraço.
denise

http://naogostodeplagio.blogspot.com/

5 de abril de 2010 16:24"

É isso.

Aproveito para dizer:

Denise,

Você não abusa nunca. Não de mim, fã nada dedicado. Já havia espalhado o abaixo-assinado, a petição, há muito tempo. E o farei de novo. Mas assinei meio anônimo pois sou admirador-secreto.

Segue forte. Não publico nada até dia 10 de abril - e se vier letrinha me agradecer por isso, eu choro.

Abraço do

Refrator de Curvelo

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Teste! Um, dois, três, SOM!

Estou seguindo os passos do Bioy por esses dias. Estou numa de pesquisar fantasmas e máquinas e pretendo fazê-lo pelos próximos 4 anos. Fui a Buenos Aires em setembro para apresentar meus primeiros resultados em um congresso de antropologia - cuja semelhança com El Congreso é mais do que gostaria de afirmar, cheio de representantes de todas as humanidades. Enfim, imaginei que viajando para lá caberia o esforço de ler minha primeira novela argentina em castellano, dado que só alguns contos sofreram essa sorte de assassinato. Li 'La invención de Morel'; caminhei muito pela Belgrano, de Mayo, Mario Bravo, Perón, Boedo, 9 de Julio. Assisti aos dias de passeata da repatriação dos corpos de soldados mortos na Guerra das Malvinas (mais de 30 anos), além de haver debatido os fantasmas segundo o kardecismo em plena Universidad de las Madres, que fazem circular os filhos desaparecidos em outra sorte de aparição.



Entendo que Bioy e Borges sejam amigos. Mas a comparação cessa aí, a da dependência de um diante do outro como sanguessuga e boi gordo. Borges é um escritor da arquitetônica de Buenos Aires - o que fica claro em Evaristo Carriego. É o homem das formas imortais, do sistema (o 'grundstaz' que conhecia como poucos), da persistência além da vontade, daquilo que perdura. É o engenheiro de obras do labirinto que, evidentemente, Buenos Aires é. Caminhar pelas ruas e deixar-se tentar pelas portas abertas - porra, quantas portas abertas! Bioy, por sua vez, é o escritor das forças de Puerto Madero, da assombração, na terra onde ninguém morre e que tem na figura do índio fantasma a última encarnação (?) do eterno retorno do filho morto; ou é com outra coisa Bioy Casares firma contrato ao descrever a invenção de Morel e em escrever 'O lado da sombra'? É com Bioy Casares que o urbanismo de Borges é povoado, assim como é em Macedónio que Deus existe e com Arlt que as coisas, por fim, têm graça - no sentido forte, encontram seu lugar preciso. Só achei que deveria registrar isto, para meu próprio bem.