Hoje voltei à cena. É difícil lembrar. Não que seja doloroso. E se for, não é que seja traumático. É como fazer um alongamento mais sutil que envolve torções meticulosas do tronco com vistas a levar as mãos às pontas dos pés com as pernas estendidas. Difícil assim e, em geral, não consigo. Mas hoje voltei à cena, e a dor relaxa. Ou, de outra forma, foi a cena quem voltou de um longo passeio matinal em um dia frio me deixando na espera interminável de que, em algum momento a suspensão voltaria a ter sentido. Acaba voltando, como voltou. Ainda que a cena tenha voltado com hábitos estranhos, sugerindo que estou envolvido em uma conspiração que substituiu a cena original por alguém que então esquece ser canhoto.