quinta-feira, 18 de junho de 2009

é que parece engajamento

... parar enquanto fora hora de passar, seguir e então sento e cruzo as pernas, tiro a mochila das costas e escolho os motivos de parar, cruzar as pernas e carregar mochila para qualquer lugar, que eu não levo sanduíche, eu levo livros e sempre me pergunto se alguém se pergunta o que é que eu estou fazendo, mas sei que não é assim, que sou eu quem está passando ao lado de quem se sentou ao chão e que eu é que quero torcer o pescoço, ler o título identificar a edição e lembrar do tradutor daquele livraço, e não, não é livraço, é um livro de merda, e mal traduzido, e fico feliz que eu esteja carregando meus livros, e eu levo muitos para poder escolher, e pego este livro tão bem acabadinho, de fazer inveja, tão boa tradução, pouco comentada, e ninguém sabe o que se passa entre nós, ninguém pergunta, e estamos batendo de pau mole na cara de todo mundo, exibindo aqui o segredo mais bem guradado que há que continua o mais bem guardado do mundo, especialmente depois da Revolução Francesa que ensinou todo mundo a ler, ficou muito fácil transar em público no meio da multidão, porque é muito difícil se perguntar como crescem as flores se o jardim é caminho pro serviço.

2 comentários:

Gabriel Dirma Leitão disse...

É por isso que você PODE não saber usar vírgulas.
É privilégio.

Refrator de Curvelo (na foto do perfilado, restos da reunião dos Menos que Um) disse...

Imagino que esta é sua forma de gentileza... Digamos que da mesma maneira sórdida com que elogia, eu fico sordidamente envaidecido.