Muito se debate sobre as possibilidades de haver categorias ou conceitos que operem como transculturais ou, segundo o jargão britânico, cross-cultural categories [1]. Por exemplo, se cultura é uma categoria aplicável entre-culturas, isto é, se faz sentido ir a uma outra cultura e falar sobre ela como se de fato a mesma fosse outra cultura. Mas é óbvio que sim. Mais ou menos. Até porque, mesmo que tenham, não implica que signifique a mesma coisa[2]. Tudo por causa da merda das weltanschauungen que fazem da variação dos valores como alternação de pontos de vista sobre o mundo equalizando a diversidade da doxa como possibilidades de léxico sobre o mundo em comum, o mundo natural. Não é preciso dizer que o epicentro articulador das variações é a formulação de base sobre o mundo natural, base esta que acerta o relógio segundo o meridiano de Greenwich.
Assim, há uma série de termos canônicos utilizados para formular comparações entre formas institucionais, as mesmas que ora e vez permitem que se diga “lá, uma cultura; ali, aquela sociedade”. Nesta de apontar o dedo e tecer considerações de teor comparativo, o problema: há palavras-chave que sirvam de régua e, mais, rua de mão-dupla? Dá pra ir e voltar quando o tema das perguntas é “sociedade”, “estética”, “cultura”? Tem uma forma muito didática de encenar este problema. Pergunte ao melanésio.
Assim, há uma série de termos canônicos utilizados para formular comparações entre formas institucionais, as mesmas que ora e vez permitem que se diga “lá, uma cultura; ali, aquela sociedade”. Nesta de apontar o dedo e tecer considerações de teor comparativo, o problema: há palavras-chave que sirvam de régua e, mais, rua de mão-dupla? Dá pra ir e voltar quando o tema das perguntas é “sociedade”, “estética”, “cultura”? Tem uma forma muito didática de encenar este problema. Pergunte ao melanésio.
No Brasil, em especial o das redes de relacionamento on-line como Orkut , roda a seguinte expressão: nunca fiz amigos bebendo leite[3]. E aí, melanésio? Qu'est-ce que tu me dit?
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O livro organizado por Tim Ingold, Key Debates in Social Anthropology, é um exemplo importante disso pois, além de todo o mais, é exemplo de jogos de salão d academia britânica. Matriushka, coisas do gênero.
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É aí que entra no jogo as aspas de Manuela Carneiro da Cunha; Cultura com aspas, recém publicado (lembrando que ao escrever este texto me situo em 2010).
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http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=1518354
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