Estou assistindo ao espetáculo do fingidor que é tal como poeta, finge a dor que deveras sente. Não imagino outra forma de oferecer contorno à triste figura das conversas que sou obrigado a assistir, e tampouco no espetáculo lamentável em que a vida nas praças toma a forma. Já houve o tempo em que defender os seus significava exatamente isto, em idos tempos coronéis, e tal. Fico imaginando qual a sorte de coronelato e compadrio empresta afinação para o atual coro acusador que toma forma a cada período eleitoral, só não menos irritante que os acusadores inconformados nos quais se tornam, os eleitores de um candidato vencedor. Até consinto na idéia de que alguém tem que governar, mas é inimaginável que pelas mesmas razões eu tenha que fingir que gosto disso. Até porque, se mestre na arte de fingir acabo por adoecer, viver a dor de não saber aquilo que deveras sabia. Enfim, o que preciso escrever é que quando são muitos os feiticeiros, a feitiçaria é arte fácil. Entenda como quiser.
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