"Doutor. O que é que eu tenho? É grave?"
"O que você tem, eu não sei. Mas não é suficiente."
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Gárgula
A doçura já não vem à boca
torta e endurecida,
pelo tempo, morta.
Tão rija quanto o abraço
que não parte,
não toma forma,
e tampouco manifesta intenção.
O tempo fere a conta-gotas de uma tortura freqüente de um contador digital avesso à monotonia monitora do coração, de onde tudo vem, para onde tudo vai, à força de uma imposição.
E eu, guardião, sentado ao lado,
curvado e
desde sempre.
torta e endurecida,
pelo tempo, morta.
Tão rija quanto o abraço
que não parte,
não toma forma,
e tampouco manifesta intenção.
O tempo fere a conta-gotas de uma tortura freqüente de um contador digital avesso à monotonia monitora do coração, de onde tudo vem, para onde tudo vai, à força de uma imposição.
E eu, guardião, sentado ao lado,
curvado e
desde sempre.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Hybris y Fontenelle
Sobre o Barão de Fontenelle, quem sabe mais adiante. Não tenho como falar sobre isso ou ele, agora, e tudo o que sei diz respeito a quem o traduziu. Não é pouca coisa, e diz quem faz coisas e converge depois de tanto tempo. Que há quem se dedique a algo quase desconhecido pelo fator-chave de que o esforço é merecido, e que após o trabalho meticuloso de verter um discurso francês de apresentação da astronomia, a nota justa se faz sentir. O trabalho chegou à termo pela sua própria confecção.
A ilustração de Fontenelle da pluralidade dos mundos, na verdade uma das várias alternativas que ele mesmo propôs, é como que um parque de diversões ou, mais simplesmente, uma caixa de areia para brincar de muitas coisas. A primeira que me vem a mente é que as órbitas circulares indicam o movimento em torno dos astros maiores e que, misteriosamente a força centrífuga não é suficiente para repelir os astros menores com o ímpeto do estalo. Os infinitamente menores estão presos, não podem rodar. Os infinitamente maiores giram em outra escala dentro da qual o círculo de Fontenelle se dá. Resta saber qual a plasticidade necessária para um corpo celeste poder singrar sem captura de escala alguma. Em outras palavras, qual tamanho eu precisaria ter para ser expulso da órbita terrestre?
Ser repelido seria, então ação da arrogância? Esta é uma pergunta de mecânica clássica?
A ilustração de Fontenelle da pluralidade dos mundos, na verdade uma das várias alternativas que ele mesmo propôs, é como que um parque de diversões ou, mais simplesmente, uma caixa de areia para brincar de muitas coisas. A primeira que me vem a mente é que as órbitas circulares indicam o movimento em torno dos astros maiores e que, misteriosamente a força centrífuga não é suficiente para repelir os astros menores com o ímpeto do estalo. Os infinitamente menores estão presos, não podem rodar. Os infinitamente maiores giram em outra escala dentro da qual o círculo de Fontenelle se dá. Resta saber qual a plasticidade necessária para um corpo celeste poder singrar sem captura de escala alguma. Em outras palavras, qual tamanho eu precisaria ter para ser expulso da órbita terrestre?
Ser repelido seria, então ação da arrogância? Esta é uma pergunta de mecânica clássica?
(quando se anda em círculos,
há de se ter força,
suficiente
para sair.)
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
"Apwonyko pwol"
Tirar um braço de ferro com Max Weber.
Fustigar o aço com dedos dormentes.
Tentar dois dedos de doce de leite.
Mover os ossos, virar o quadro.
Como nada disso adianta,
vale o detalhe distraído
o estouro dos dentes num sorriso colorido
pela faixa de cores que não vai muito além do amarelo,
e arrematar o desleixo de tudo isso,
todos os detalhes impossíveis,
e fazê-los dançar na mesma pirotecnia de sempre,
a mesma que explode em fogos empíreos,
- fugados os deuses –
movendo as sombras no frenesi possessivo das valsas do Ghondar;
Fustigar o aço com dedos dormentes.
Tentar dois dedos de doce de leite.
Mover os ossos, virar o quadro.
Como nada disso adianta,
vale o detalhe distraído
o estouro dos dentes num sorriso colorido
pela faixa de cores que não vai muito além do amarelo,
e arrematar o desleixo de tudo isso,
todos os detalhes impossíveis,
e fazê-los dançar na mesma pirotecnia de sempre,
a mesma que explode em fogos empíreos,
- fugados os deuses –
movendo as sombras no frenesi possessivo das valsas do Ghondar;
Bahr el Ghazal.
O caminho da força está em ser cavalo
Sem virar eqüino.
Mas detesto o toque do tambor;
tourou et biti,
vou ficar fora da cena.
O caminho da força está em ser cavalo
Sem virar eqüino.
Mas detesto o toque do tambor;
tourou et biti,
vou ficar fora da cena.
"This digression was made to explain the meaning of the expression "akonienko" in prayer. The phrase is in harmony with some other expressions used in prayer: "apwonyko pwol", 'may we be light', and "apwonyko koe", 'may we be cool'. Pwony means 'body' or 'self' and here it means 'self ' in the sense of the person as an entire person, body and soul. There is no reason why a Nuer entire person should want to be light or cool in a purely physical sense. What is intended is to ask that people may be light not only in the physical senseof physical well-being but also in the sense of pwol loc, of being light-hearted or joyfull, free from burdens and troubles; and that they may be cool in the sense of not being anxious or worried, cool in the sense of calm." (Nuer Religion - Edward Evans-Pritchard)
sábado, 1 de outubro de 2011
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