Hoje voltei à cena. É difícil lembrar. Não que seja doloroso. E se for, não é que seja traumático. É como fazer um alongamento mais sutil que envolve torções meticulosas do tronco com vistas a levar as mãos às pontas dos pés com as pernas estendidas. Difícil assim e, em geral, não consigo. Mas hoje voltei à cena, e a dor relaxa. Ou, de outra forma, foi a cena quem voltou de um longo passeio matinal em um dia frio me deixando na espera interminável de que, em algum momento a suspensão voltaria a ter sentido. Acaba voltando, como voltou. Ainda que a cena tenha voltado com hábitos estranhos, sugerindo que estou envolvido em uma conspiração que substituiu a cena original por alguém que então esquece ser canhoto.
8 comentários:
Comovente.
Mas vim só perguntar: num dá pra por um link daqui do azedume pra tocaia não? Ou te atrapalha, digamos, semanticamente (afe, existe esse advérbio?), associar os dois?
Michelle
Ah, e um aplauso para a apresentação do Copydown! Bolei de rir e já vou copiar, como é óbvio. Tudo a ver com a sua teoria do "se um dia foi meu, tá aqui porque já não é mais" e com a qual eu sempre concordei, apesar da covardia.
Michelle;
Só você pra ler isto aqui e ainda se divertir. Por isso, sim: dá pra colocar o link daqui do azedume pro tocaia. Farei. É que, confesso, quando eu faço auto-promoção me soa à desonestidade. Gosto de ver os amigos soltando o verbo por aí, mas eu, quando fasso, soa à pilantragem. Mas como é você quem pede, vamos lá.
(esqueça-se do último cometário. acho que foi a coisa mais arrogante que já escrevi.)
"Fasso" com dois esses foi, no mínimo, falta de educação.
Eu bem e imediatamente reparei. Ainda mesmo quando estava fresco o comentário. Mas tão imediatamente quanto, pensei que é delito recorrente da mistura dos idiomas todos de leituras. Ainda mais, de umas tantas!
Agora, "lavadOUra" é que não tem perdão. Essa, amigo, é obra minha! Nem queira saber o contexto, morro de vergonha.
Sem contar que, até a semana passada, eu usava crase no "vale a pena" e abria uma calda de pavão de argumentos para justificar. O que será de um verme ignorante deste naipe no dia do juízo final, han? Medo.
Michelle
Pelo visto, Michelle, povoaremos a carne putrefata no inferno alheio como vizinhos... Mas há quem diga que arrependimento redime. Outros, "que se arrependimento matasse...". Eu mesmo não tenho versão. Prefiro assumir o erro e usufruir minha memória de merda.
(daqui a pouco esqueço tudo isso e escrevo "fasso" assim, fasseiro, fasseiro.)
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