... parar enquanto fora hora de passar, seguir e então sento e cruzo as pernas, tiro a mochila das costas e escolho os motivos de parar, cruzar as pernas e carregar mochila para qualquer lugar, que eu não levo sanduíche, eu levo livros e sempre me pergunto se alguém se pergunta o que é que eu estou fazendo, mas sei que não é assim, que sou eu quem está passando ao lado de quem se sentou ao chão e que eu é que quero torcer o pescoço, ler o título identificar a edição e lembrar do tradutor daquele livraço, e não, não é livraço, é um livro de merda, e mal traduzido, e fico feliz que eu esteja carregando meus livros, e eu levo muitos para poder escolher, e pego este livro tão bem acabadinho, de fazer inveja, tão boa tradução, pouco comentada, e ninguém sabe o que se passa entre nós, ninguém pergunta, e estamos batendo de pau mole na cara de todo mundo, exibindo aqui o segredo mais bem guradado que há que continua o mais bem guardado do mundo, especialmente depois da Revolução Francesa que ensinou todo mundo a ler, ficou muito fácil transar em público no meio da multidão, porque é muito difícil se perguntar como crescem as flores se o jardim é caminho pro serviço.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
domingo, 7 de junho de 2009
terça-feira, 2 de junho de 2009
Grande susto, caro romântico
Na verdade, quase uma epifania.
Nenhum hegeliano poderia imaginar, por mais poesia que tivesse! Ainda mais, e que susto levariam os românticos, os dignatários da religião da natureza, ou mesmo Shaftesbury, ao descobrirem que uma terra em grande parte tropical, devotada à volúpia das índias nuas, 500 anos depois, viria a ter ministérios e secretarias de transporte! Entenderiam mal, muito mal. Haveriam murmúrios, libelos, desmaios, salpicados talvez por uma idéia de necessidade civilizatória em pitadas. Assim como faria pouco sentido o que ouviriam nos haveres dos apelos e políticas para o transporte coletivo alternativo. Fico imaginando o horário oficial para o desmaio com tons histéricos e seus aparelhos públicos assim como os horários alternativos para aqueles que, por questões da política de populações, por prestarem socorro aos desmaios oficiais, só poderem sofrer transporte logo mais, ou às 14 ou às 21 horas.
Sintomático é que o parágrafo acima já quase não faz sentido. E se o faz é para internação, e não internalização.
É, Hegel... Nosso Estado de coisas.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
A Avareza e os Bonequinhos Articulados de Curar Gente
Diz-se amor à vida
do rumo tomado cheio de movimento
estripulias.
Não compor a mesa do repasto
com o diabo da régua
-as réguas sim, dão em árvores, como o dinheiro, sim-
e deixar a volúpia
contaminar os ossos da pélvis.
Há nisso um pouco de
uma bela coleção de carrinhos
e um pequeno original de Mondriand
que j´adore.
De outra forma, bastante diagonal e precisa,
pode-se igualmente dizer numa só palavra que
animado assim,
só
- só? -
só
se pode ser
selvagem.
Postado por
Refrator de Curvelo (na foto do perfilado, restos da reunião dos Menos que Um)
às
08:15
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terça-feira, 19 de maio de 2009
Antes um Código Morse que um Código DaVinci

Com toda ambigüidade que a frase pode ter. Mas quero escrever com calma e coerência. Pode ser que signifique repassar e abandonar em lixeiras muito do que venha a ser disposto, hora ou outra. Mas repetir devoção ou simpatia por um código implica antes num antes. Em algo que proveio, que previria, que insurgiu como no relâmpago que antecede o braço fotografado no peito do rapaz:
Um garoto no meio do Pampa, em planícies de perder os olhos no horizonte, o que cega, se viu diante uma tempestade que se formava. Prosseguiu rumo ao umbu de adiante no qual escalou com previdência. Lá em cima, ao som das gotas, estirou o braço direito rumo a um ninho cheio de ovos. Fome. Com o braço esticado pôs-se a murmurar os dedos tentando não cair e sim, pegar os ovos. Com a seta do membro em riste, na diagonal extrema o ninho, foi de uma vez. Fulminado. Um raio o atravessou como a linha diagonal que marcava o ângulo do braço. Caiu da árvore com parte das roupas em fuligem. Foi encontrado vivo, respirando.
O flash do relâmpago, o ozônio e algo mais marcaram o peito do garoto com a fotografia do braço que, para além do ninho, apontava para sua origem. O braço. Fotografado no peito.
O raio antecede para fazer fotografia. Assim: antes um código Morse. E este é o primeiro sentido da frase. Primeiro, lembremos, significa que há antecedência. Este é o primeiro que antecipa outros sentidos. Pisamos no labirinto da coerência. Antes um código Morse. Primeiro, filho dileto, alvo de maior atenção. É ele quem cuida do filho segundo, especialmente nos momentos de socar a face e pôr os espaços da casa em trincheiras.
A simpatia? Esta vem de outras coisas. Coisas posteriores à antecipação. Quero dizer, a antecipação como um antes, não como um depois. Antecipação como depois é bem outra situação.
Mas do código Morse, o que mais pontuar senão o ruído que faz mensagem? Que coisa tão peculiar essa e que parece atrapalhar as idéias sobre a tal comunicação telegráfica que desabilita a fundação-pilar? Que gera descontínuos que fingem o abecedário mas não deixam de se amarrar na ligação do contínuo elétrico que percorre incessantemente os fios de cobre? Gostaria de rever esta relação de irmandade sobre o código, a mensagem e o ruído. Há mais religião nisso do que suponho. Em especial no ruído, que já indica que para uma certa saudade, para o corpo já é tarde demais. Fora mister aprender a acenar o adeus. E isto, esta última frase, foi um excelente trocadilho.
domingo, 10 de maio de 2009
Filosofia numa cacetada só (ou duas, vai). Volume 1 - Giorgio Agamben

(Paul Strathern, filósofo e jornalista inglês - e se não for inglês, dá na mesma - escreveu uma coleçãozinha de apresentação de pensadores ergonômicos da filosofia ocidental. A idéia era elaborar livrinhos cujo título é 'Filosofia em 90 minutos'. Li dois. Em 90 minutos cada um, cronometrado. Afora a bobajada, bateu uma inveja do cronômetro interno do infeliz. Resolvi acelerar a história. Lanço aqui a seleta Filosofia numa cacetada só (ou duas, vai). Muito mais rápido. Filosofia para quem não tem tempo para pensar (sic). Nem eu.)
Vol. 1 - Giorgio Agamben
Na era da técnica o humano emergiu de si-transcendente e se excedeu. E o resto é resto.
É-isto.
Fim.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
M(a/e)u trato com a língua

Foi Luis Fernando Veríssimo. Disse que a gramática é alguém em quem se bate todo dia para que ela saiba quem é que manda. Só avanço no sentido de que a torturo até que responda o que pergunto, diga o que preciso ouvir, leve o processo adiante. Mas não importa. Com esse método cruel - dizem - , estarei errado pois terei errado.
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