terça-feira, 21 de julho de 2009

Diálogo Sahlesiano



Filosofia numa cacetada só (ou duas, vai) vol. 2


Marshall Sahlins








-Todo soberano é usurpador.


-Tá. Descobriu o Brasil. E se tivesse descoberto o Havaí, ergueria o mastro, ficaria de pau-duro e explodiria a história após comer e ser comido por geral. Isso ou a antropologia cultural.


-Não entendi.


-Captain Cook(ed) neither.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Roll, Jordan, roll, or some other name that we miss

Na alvorada da tranqüilidade acerca dos novos mecanismos de controle de fluxo e movimento plácido, o controle das populações em há mais de um século de atividade, arrepio meus pêlos de gato escaldado. Como sacerdotes de uma teologia laica, e como se a houvesse, a máquina policial voraz devora com novos regimentos de controle e novos artigos que demandam a ampliação da tutela, com desdobramentos ilimitados dos dados positivos de ciência e estatística. Silenciosamente as camadas da epiderme, e que mal ou bem chamamos de vida social, redistribui-se em suas castas a partir do mito da democracia racial, cuja raiz mitológica segue igualmente silenciosa, ajeitando o sentido de cada ação à revelia das intenções mais particulares. E vice-versa. E assim a contenda se satisfaz com essa dose de silêncio mediador e de um quinhão impessoal que segura as pontas de um tapete. Como na cisão entre mundo e o celestial que, se num primeiro momento fazia a glória da purificação para depois ser sobrepujado pela utilidade dos britânicos, que é coisa mundana e suja, mas de valor de troca, finca as raízes do novo Estado na figura do Protesto. O tapete se dobra sobre si com uma textura imprópria, de fios brancos que é onde não se pode pisar sob pena de manchar. O começo e o fim se dão mãos na contenda seguindo a via do mito em que brancos e negros se convertem um no outro, nunca em mestiçagem, mas em polícia, fazendo correr aos poucos os ciganos, que teimam em singrar entre fronteiras sem nunca fingir que não as há. Mas desses povos de festejo e circulação mítica não se pode falar. Vivem em outro tempo e não querem entrar. No momento certo, nem puros e nem úteis, são os que estão só para morrer. E morrem, sem ninguém lembrar.

Mas há sempre velhos profetas, tocando banjo no delta do Mississipi, que se repetem indefinidamente até que outro alguém repita, fazendo calar a voz e rumar o vento. The greatest affirmative action that I´ve ever knew was took forward by the ol´ bastard Robert Johnson who assumed that the only thing that he could made with believing was confront all accusations and live inside them. So he went into a crossroad and made a pact with the devil, that was the devil itself, and realized that even being satanized and hated, he could mesmerize and seduce. All the beauty whites too. And for it after the devil´s spell all he was supposed to do was just to play good. But play good is not play for good. I laugh ´bout this guy every day, this lov´ly lil´ pagan. This is not much, I know. But this is all that I know. Livin´ here, in down Mississipi. Thank God we´re all christians now.












sábado, 20 de junho de 2009

Diagnóstico posto a público

Passei os últimos meses tossindo. Muito. Um pouco de sangue vez por outra, do que se seguiu um cisto atrás da orelha direita e problemas severos de disposição e sono. Fui ao hospital devido ao mal estar, já com muita febre e quase sem conseguir falar. Estou, por fim, desenganado. Estou pior que canceroso. Mal me ponho de pé, o que em casos mais urgentes, como usufruto do banheiro, vou quase de quatro. Envio a vós o raio-x de minha condição, meu adeus. Não sei o que será de mim.





quinta-feira, 18 de junho de 2009

é que parece engajamento

... parar enquanto fora hora de passar, seguir e então sento e cruzo as pernas, tiro a mochila das costas e escolho os motivos de parar, cruzar as pernas e carregar mochila para qualquer lugar, que eu não levo sanduíche, eu levo livros e sempre me pergunto se alguém se pergunta o que é que eu estou fazendo, mas sei que não é assim, que sou eu quem está passando ao lado de quem se sentou ao chão e que eu é que quero torcer o pescoço, ler o título identificar a edição e lembrar do tradutor daquele livraço, e não, não é livraço, é um livro de merda, e mal traduzido, e fico feliz que eu esteja carregando meus livros, e eu levo muitos para poder escolher, e pego este livro tão bem acabadinho, de fazer inveja, tão boa tradução, pouco comentada, e ninguém sabe o que se passa entre nós, ninguém pergunta, e estamos batendo de pau mole na cara de todo mundo, exibindo aqui o segredo mais bem guradado que há que continua o mais bem guardado do mundo, especialmente depois da Revolução Francesa que ensinou todo mundo a ler, ficou muito fácil transar em público no meio da multidão, porque é muito difícil se perguntar como crescem as flores se o jardim é caminho pro serviço.