domingo, 29 de maio de 2011

“Olha. Desculpa, tá? Não estou lá muito certo, não sei porque vim, mas sei que precisava. Desculpe, faz muito tempo, acho que até o suficiente para que diga que nunca estive aqui...” do que seguiu um silêncio enorme, extenso e palpável no fundo azul da espera, em que quase tudo, todos se submeteram, sem imaginar o lance incerto do zunido desobediente que em nada alterou; zunido silencioso, forma aguda de impertinência, uma moto. “... e não...”



“Você tá péssimo.”



“Olha. O que eu vim dizer é que, o que eu quero deixar claro é que... bom. Eu estou partindo de vez. E não me olhe assim, não é isso que você entendeu. Estou partindo de vez, mas estou mesmo é me desfazendo, sabe? Quebrando aos poucos, digo, decantando. Estou a alguns dias de ser um poema de Augusto dos Anjos.”

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