Feito uma sanfona, feito para respirar, é também uma caixa de ressonância. Se a alma se movimenta, se é o caso de gritar, o movimento que a caixa movimenta pode, seguindo o apelo adequado, provocar os demais e mover os pulmões alheios. E daí, os movimentos seguem a torto e a direito, ressoando o mesmo movimento que, como seria possível deduzir, desemboca em movimentos outros. Há quem chame isso de fazer-fazer o que é uma redundância clara, útil e preciosa. Fazer alguém fazer desdobrando-se em outras coisas – e eu aqui, sonado, procurando alternativas entre discutir o ridículo e o trágico; não sei se aristofano ou se esquilo. Poderia fazer os dois, já diria o mendigo de Bashevis Singer, sem cometer contradição alguma.
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