terça-feira, 31 de janeiro de 2012

E eu, que ainda nem cheguei na Hiléia...















“Até o outro lado do rio. E não tem essa frescura de mesma pessoa, mesmo rio, duas vezes. Tem que nadar até lá, na água fria". No que apontou para uma diagonal longa e contrária à correnteza. “Porque se não for assim, você vai parar na Ilha dos Açores, moleque”. Basicamente, chegar até o outro lado do condado sem percorrer longos trechos à pé; o nadador de John Cheever sem interrupção; sem Cheever, sem narrativa, só braçadas.

Sem querer fazer uma outra comparação, e sem conseguir evitar, os rios gregos devem ser fios d´água para que alguém como Heráclito possa ter se transformado em clichet. Agora que vejo o Guamá de perto, cheio de placas para turistas, exclamando por amor ao bom Jesus para que não nadem, essa história de um mesmo homem não poder entrar no mesmo rio duas vezes, aqui, tem outro sentido. Aqui, é porque não haverá uma segunda vez. Basta olhar o tamanho daquele redemunho.

Afinal, é impossível se recuperar da visão da chuva a 5 quilômetros, chovendo na outra margem. Este não é, ainda, o grande rio. Vê-se a outra margem.

2 comentários:

Permafrost disse...

¿Vc tá na UFP agora?

Vou ler a série Hiléia toda, aos poucos.

Refrator de Curvelo (na foto do perfilado, restos da reunião dos Menos que Um) disse...

Não. Campinas. Mas este é o detalhe que estou tentando ignorar. Aguardo interveções. Mas a série Hiléia está looooonge de terminar. Fique conosco!