sábado, 1 de maio de 2010

Era mellhor a cegueira que o imperativo: Veja

As "tribos" têm direito a escolas próprias, o que pode ser considerado um luxo no interior do Norte e do Nordeste, onde milhões de crianças têm de andar quilômetros até a sala de aula mais próxima. "Aqui, só tinha escola até a 8ª série e a duas horas de distância. Depois que a gente se tornou índio, tudo ficou diferente, mais perto", diz Magnólia da Silva, neotupinambá baiana. Isso para não falar da segurança fornecida pela Polícia Federal, que protege as terras de invasões e conflitos agrários. Essas vantagens fizeram as pessoas assumir artificialmente uma condição étnica, a fim de obter serviços que deveriam ser universais", constata o sociólogo Demétrio Magnoli.” Revista Veja, 01 de maio de 2010. No dia do trabalho, respiro a utopia de que a Veja trabalhe. No clube que vou formar com Denise Bottmann, sujeitos como meu conhecido Shelp (no usted, caro Mathias) não entram. No dia do trabalho publicar um desserviço é tosco. É pouco. É alergia. O Magnolli já estava fora por ter escrito livros didáticos de geografia que fui obrigado a ler em meus maus momentos de letargia colegial. No más, Magnolli. Lê-lo só quando é obrigação de palmatória.

Índio que não é índio, negro que não é negro, reservas que abrangem quase 80% do território nacional e podem alcançar uma área ainda maior: o Brasil é mesmo um país único. Para espertinhos e espertalhões.”. Da mesma matéria da Veja - tosca e mal feita. Igual a Segato e DeCarvalho. A dobra do tapete (http://docurvelano.blogspot.com/2009/07/roll-jordan-roll-or-other-name-that-we.html). Contra um tribunal da raça, outro. O que me importa quem é negro ou índio por qual razão? Há de haver uma humanidade homogênea que comprove o ideário da Revolução Francesa? Ni fundeno. Ni a pal. Borracho y puto, mando a todo, todos a la putaquipariu com perdones de la puta por hacer volver a la casa tan mala gente – primeiro palavrão escrito neste ambiente, que vai ser apagado em 8 anos quando o país assumir seu viés totalitário.

Gente chata pra caralho, que acha que o salário é preço de desserviço. Já almocei com essa galera em um dia de sol em Botafogo. Fui tratado com indiferença quando perguntei sobre o serviço na Veja, quando não pior, com constrangimento. Entendi muito da vida naquela tarde. Em especial que simpatia não faz a mesa.

Desde o Zadig e o momento patético da fogueira na Babilônia que o jornalismo precisa ser considerado com suspeita. Séria. Irrestrita. A função social do jornalista não é informar. O jornalismo não tem função social. É a função social do seu leitor que é duvidar-lhe as entranhas até o osso. Desde lá. Daí sim, alguma função. Aqui também.

Gente chata. E muito.

(ser jornalista, reinventar faculdades, obrigar gente interessante a fazer a bosta da faculdade de comunicação para ter um diploma de jacu, tá OK. Reinventar o que índio e preto significa, encontrar meios de fazer a vida correr sem vergonha de ser o que quer que seja, não né? Criado no meio dessa corja, amigos de amigos, colegas de colégio, o que já ouvi enrubescido sobre índios, pretos e pardos, dos meios de eliminar a pobreza via extermínio e coisa parecida.... Enfim. Humor e piadas, eu aceito que é da vida. Mas política eu levo à sério. E o que uns fazem sendo pagos, no fio da cédula que corta a pele, eu tomo na ponta de faca, no fio da espada. É isso aí. Fiquei putinho.)

7 comentários:

Refrator de Curvelo (na foto do perfilado, restos da reunião dos Menos que Um) disse...

Foi mal. Mas fiquei transtornado.

Unknown disse...

Cara! Acho que esse foi o melhor texto que vc postou aqui. Você pode argumentar que curto uma violência, está bem... Mas achei muito bom. Talvez porque eu também esteja possessa com outra matéria oportunista escrita por um acadêmico amestrado (vc já leu esse texto dos Acadêmicos Amestrados?). Contra mim... Embora não muito diferente da matéria da Veja em seus propósitos. Mas isso é outra história.

Refrator de Curvelo (na foto do perfilado, restos da reunião dos Menos que Um) disse...

Karina;

Não li. Me manda o link. Dependendo eu faço um sambinha por aqui.

Refrator de Curvelo (na foto do perfilado, restos da reunião dos Menos que Um) disse...

Nota: odiei ter escrito este libelo. Mas não houve jeito e achei por bem, ou coisa parecida, mantê-lo no ar.

Refrator de Curvelo (na foto do perfilado, restos da reunião dos Menos que Um) disse...

http://faire-savoir.info/2010/05/04/a-farra-do-jornalismo-oportunista/


Não disse?

denise bottmann disse...

bela indicação, muito boa a matéria que vc lincou.

quanto ao libelo, imagino o stress, mas achei muitíssimo bom. pois afinal, como se dizia d'antanho, somos ratos ou homens?

Refrator de Curvelo (na foto do perfilado, restos da reunião dos Menos que Um) disse...

Prefiro não responder.